As festas em Honra de Nossa Senhor da Glória
(Breve sinopse histórica)
Pouco se conhece acerca das Festas em honra de Nossa Senhora da Glória, a única certeza que temos é que os festejos estão intimamente relacionados com o milagre que salvou o Rei D. Pedro I, que remonta ao séc. XIV.
Escasseiam documentos sobre a realização dos festejos em Honra de Nossa Senhora da Glória, contudo no início do séc. XX, verificamos que as festas eram móveis ou seja realizavam-se em diferentes datas.
Em 1910 um requerimento do Regedor da Paróquia de Muge enviado ao Administrador do Concelho de Salvaterra de Magos, indica-nos que os festejos eram organizados em Maio: “afim de ser entregue aos interessados, remetto a V. Exa, a inclusa licença para queimar fogo a N.ª Sr.ª da Glória, nos dias 15 e 16 de Maio próximo. Deus guarde V. Ex.a” [fig. 1]
Fig. 1 - Requerimento para quiemar fogo datado 1910(Breve sinopse histórica)
Pouco se conhece acerca das Festas em honra de Nossa Senhora da Glória, a única certeza que temos é que os festejos estão intimamente relacionados com o milagre que salvou o Rei D. Pedro I, que remonta ao séc. XIV.
Escasseiam documentos sobre a realização dos festejos em Honra de Nossa Senhora da Glória, contudo no início do séc. XX, verificamos que as festas eram móveis ou seja realizavam-se em diferentes datas.
Em 1910 um requerimento do Regedor da Paróquia de Muge enviado ao Administrador do Concelho de Salvaterra de Magos, indica-nos que os festejos eram organizados em Maio: “afim de ser entregue aos interessados, remetto a V. Exa, a inclusa licença para queimar fogo a N.ª Sr.ª da Glória, nos dias 15 e 16 de Maio próximo. Deus guarde V. Ex.a” [fig. 1]
No ano seguinte, as festas serão realizadas um mês mais tarde (Junho) como refere o seguinte requerimento: “Remetto a V. Exa a inclusa licença concedida a António Alexandre da Glória, para deitarem foguetes e queimar outro fogo de artificio nos dias 4 e 5 de Junho próximo, por ocasião da Festividade à Senhora da Glória, e bem assim deitarem foguetes por occasião dos respectivos peditórios, afim de V. Exa mandar entregar a dita licença ao interessado” [fig. 2]
Fig. 2 - Requerimento de 1911
Anos mais tarde os festejos sofrem nova alteração de data, a partir da década de 30 como certifica o cartaz [fig. 3], as festas realizam-se em Setembro. Através de testemunhos recolhidos a razão da modificação da data, prende-se com o facto de muitas colheitas: trigo, centeio entre outras já estarem feitas, o que permitia ter mais algum dinheiro, e desta forma as pessoas poderiam descansar um pouco antes de entrarem no novo ciclo agrícola: as vindimas e mais tarde o arroz. Fig. 3 Cartaz das festas - década de 30
Desde da década de 30 até à década de 70, as festas realizaram-se sempre em Setembro, contudo nos 2 anos a seguir ao 25 de Abril de 1974, não houve festas.
A partir de 1976 um grupo de pessoas, reinicia os festejos, mas agora com uma nova data: Agosto.
A razão desta escolha prende-se com facto de alguns emigrantes glorianos, apenas estarem no mês de Agosto na Glória do Ribatejo, e desta forma poderiam assistir aos festejos em honra de Nossa Senhora da Glória.
As festas da Glória, evoluíram ao longo dos tempos mas mantêm a essência religiosa e devocional à sua Santa Padroeira, coadjuvado com o espírito profano e popular.
Os arcos de “murtinheira” foram substituídos pela a iluminação à moda do Minho, os dias de festejos passaram de 3 para 4 dias, o fogo de artificio agora contém outros elementos pirotécnicos, os bailes substituídos por artistas, mas no “paito” (= pátio) as festas continuam a assumir-se como um marco na identidade cultural de uma comunidade que teima em mostrar o orgulho do seu passado, respeitando e assimilando o legado cultural deixado por gerações anteriores, dando cada vez mais sentido à frase: “A GLÓRIA É UM MUNDO!!!”
Este ano a Associação para a Defesa do Património Etnográfico e Cultural da Glória do Ribatejo, escolheu como tema da sua exposição anual – As festas. Venha o Museu e revisite a memória histórica da Festas em Honra de Nossa Senhora da Gloria.
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