14/05/13

1.º Painel – A Glória do Ribatejo e a agricultura


O painel que inaugura a sequência da exposição, trata a questão da relação da terra e dos glorianos, onde merece destaque a outorga da carta de privilégios do rei D. Pedro aos moradores de Santa Maria da Glória:

«Constituíram-se então as primeiras cabanas com a madeira colhida nas matas e com os arbustos lenhosos da charneca, lavrando-se ao longo dos tempos, as primeiras jugadas (…). A facilidade de captação de água e a abundância de pastagens primitivas atraíram os íncolas, que viviam nas proximidades entregues à pastorícia como se infere.»(Margarida Ribeiros, Estudos sobre Glória do Ribatejo, Cadernos Culturais n. 3, Glória do Ribatejo, Associação para a Defesa do Património Etnográfico e Cultural da Glória do Ribatejo, 2001, p. 49)

 
                             Carta de Privilégios doada aos moradores de Santa Maria da Glória
                                      Processo dos Baldios da Glória, realizados em finais do séc. XIX
 
A carta de privilégios concedida aos moradores de Santa Maria da Glória potenciou o desenvolvimento agrícola, assim como a exploração dos recursos naturais existentes, como a lenha, a cortiça, o mel ou a caça. Trata-se de uma agricultura apenas de subsistência.

Outro assunto abordado trata a questão dos aforamentos. Em meados do séc. XIX a Junta de Paróquia de Muge, iniciou o processo de aforamentos dos baldios. Era nestes terrenos que os glorianos pastavam livremente os seus gados, o que os levou a amotinarem-se contra estes aforamentos:

                                   Mapa com os terrenos para aforamento
Apesar da redução drástica dos baldios para pastarem os seus gados, os aforamentos trouxeram melhorias aos moradores da Glória. Graças a este sistema de enfiteuse, muitos conseguiram comprar pequenos “foros”, que foram profusamente cultivados, com produtos usados no dia-a-dia para a sua subsistência. Alguns “foros” tornaram-se fonte de rendimentos nomeadamente as parcelas de terreno que tinham sobreiros e o consequente lucro da venda da cortiça.

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